Cidade Perdida de Heracleion: Redescoberta e Legado da Antiga Thonis-Heracleion

Descubra a história, descoberta e legado da cidade perdida de Heracleion, antiga Thonis-Heracleion, e sua importância na arqueologia subaquática do Egito Antigo.

Entre as descobertas mais fascinantes da arqueologia subaquática moderna está a cidade perdida de Heracleion, também conhecida por seu nome egípcio, Thonis. Submersa nas águas da Baía de Abukir, próxima à costa do delta do Nilo, esta cidade guardou segredos de séculos, preservada em ruínas submersas. O resgate de seus restos revelou estátuas, obeliscos e estruturas que lançam nova luz sobre a vida urbana e religiosa do Egito Antigo. Para quem busca aprofundar-se em técnicas arqueológicas, um livro sobre arqueologia do Egito pode ser o ponto de partida ideal.

Por mais de mil anos, Heracleion ficou esquecida sob correntes marítimas e sedimentos. Sua redescoberta em 2000 por uma equipe franco-egípcia marcou um divisor de águas nos estudos do Egito Antigo. Desde então, mergulhadores e arqueólogos utilizam métodos avançados para documentar templos, portos e residências submersas. Neste artigo, exploramos a origem mitológica de Heracleion, os desafios das escavações subaquáticas, aspectos da vida cotidiana nesta metrópole perdida e o legado cultural deixado ao mundo moderno.

História e descoberta de Heracleion

As origens mitológicas e históricas de Thonis-Heracleion

Nos relatos gregos antigos, Heracleion foi descrita como um porto dedicado ao deus Hefasto e ao herói Heracles, de onde veio seu nome grego. Na tradição egípcia, era conhecida como Thonis, um entreposto comercial e religioso vital no delta do Nilo. Documentos em papiros mencionam cerimônias de coroação de faraós que passaram por este porto antes de seguirem para Mênfis e Tebas. As inscrições em blocos de calcário recuperados no local indicam alta atividade mercantil: cereais, cerâmicas, metais e até escravos circulavam por suas margens. Referências literárias tornam Heracleion uma peça-chave para entender as redes de comércio marítimo do Mediterrâneo durante o período tardio do Egito.

Redescoberta moderna: expedições que revelaram a cidade submersa

Em 1999, o mergulhador francês Franck Goddio iniciou sondagens na Baía de Abukir, detectando alvos arqueológicos com sonar. No ano seguinte, expedições sistemáticas trouxeram à tona blocos esculpidos, estátuas colossais e os primeiros vestígios do templo de Amon-Gereb. Os trabalhos envolveram sedimentos que chegavam a 8 metros de profundidade, exigindo equipamento de mergulho saturado e técnicas de documentação digital 3D. O mapeamento subaquático, aliado à análise de cerâmicas e ânforas, confirmou a extensão urbana de Heracleion em cerca de 15 km². Desde então, o sítio evoluiu para um dos melhores exemplos de arqueologia submersa no Egito, atraindo pesquisadores de todo o mundo.


Arthur Valente
Arthur Valente
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